TRF4 participa do II Congresso Gaúcho de Cooperação  (22/11/2024)

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O presidente do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4), desembargador Fernando Quadros da Silva, participou ontem (21/11), no Palácio da Justiça, em Porto Alegre, da cerimônia de abertura do II Congresso Gaúcho de Cooperação Judiciária. O evento, que reúne TRF4, Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJRS) e Tribunal Regional do Trabalho da 4ª Região (TRT4), tem por objetivo unir forças para qualificar a oferta de serviços à população. “Hoje trabalhamos de forma integrada, pensando na unidade do Poder Judiciário, algo que é salutar para a sociedade”, declarou Quadros da Silva.

“O Poder Judiciário é um só, com a devida divisão de tarefas e trabalhos em prol da população. Não teria sentido se este sistema não trabalhasse de forma colaborativa e integrada em benefício da população”, disse o presidente do TJRS, desembargador Alberto Delgado Neto, que pontuou o fato de a catástrofe climática ocorrida no RS em maio ter exigido ampla sintonia entre as cortes de justiça.

O presidente do TRT4, desembargador Ricardo Martins Costa, por sua vez, disse que a unidade do Poder Judiciário no Rio Grande do Sul está servindo como exemplo para todo o país. “O futuro do Judiciário passa pela união e cooperação entre todos. É isto que estamos promovendo aqui, com a troca de ideias e realização de convênios em diversas áreas, com o intuito de cada vez aperfeiçoarmos mais a prestação de serviços”, ele afirmou.

O evento segue nesta sexta-feira (22/11), com painéis e debates sobre eproc, inteligência artificial, execução fiscal e práticas colaborativas e cooperação judiciária em matéria processual. 

Painel abordou importância da cooperação em calamidades

A cooperação judiciária em tempos de crise e a experiência do Rio Grande do Sul durante a calamidade pública que assolou parte do estado no mês de maio foram a tônica do primeiro painel do II Congresso Gaúcho de Cooperação Judiciário, ocorrido ontem (21/11). Representantes dos tribunais gaúchos e dois magistrados do TJRS debateram o tema e relataram suas experiências. 

A desembargadora Taís Schilling Ferraz participou, representando o TRF4. A magistrada contou que a situação climática em maio no RS levou ela e colegas a buscar informações na Justiça de Minas Gerais, que viveu momentos semelhantes nos desastres ambientais de Mariana e Brumadinho. “Queríamos tentar entender que tipo de processos chegariam para nós para podermos propor estratégias”, explicou Ferraz.

O presidente dos Conselhos de Comunicação Social (CCS) e de Inovação e Tecnologia (CONINT) do TJRS, desembargador Antonio Vinicius Amaro da Silveira, lembrou que a situação enfrentada naquela ocasião, além de inédita, afetou severamente os sistemas dos tribunais sediados no estado, havendo não só a necessidade de trabalho conjunto entre eles, mas também de apoio das cortes de todo o país.

“Cada administração começou a adotar medidas que pudessem ajudar a sociedade naquele momento. Precisávamos agir. O cidadão precisava se sentir acolhido”, lembrou o magistrado. “A solidariedade ocorreu não apenas entre os tribunais locais, mas também com outros tribunais do país”, afirmou Antonio Vinicius, citando como exemplo as parcerias com o TJSC e o TJRJ. “Aprendemos muito com aquele momento. A cooperação no Judiciário gaúcho não é mais o futuro; ela é o presente”, ele destacou. “Somos um só Judiciário, uma só sociedade. E tudo o que fazemos tem que ser em prol desta sociedade”, acrescentou o desembargador do TJRS.

A mediação dos trabalhos foi feita pelo juiz auxiliar da Presidência do TJRS, Mário Augusto Figueiredo de Lacerda Guerreiro. O magistrado destacou que a cooperação judiciária já ocorre há algum tempo e que o evento era uma importante oportunidade para o avançar de forma conjunta. “Hoje vemos uma série de boas práticas. Esperamos que este evento possa revelar outras e que possamos sair com novas ideias”, ele disse.

A desembargadora Luciane Cardoso Barzotto, do TRT4, destacou a ação integrada “Conciliando, recomeçamos”, realizada no mês de julho, e que, no âmbito da Justiça do Trabalho, contou com o envolvimento de 99 conciliadores e 16 TRTs de outros estados. “Nos organizamos rapidamente. Foram mais de 1.000 audiências marcadas e R$ 65 milhões em valores movimentados. A cooperação judiciária está na linha do que diz a Constituição Federal, que aspira uma sociedade fraterna, pluralista, livre de preconceitos e baseada na harmonia social, comprometida com a solução pacífica das controvérsias”, ela avaliou.

O desembargador Alexandre Freitas Câmara e o juiz de Direito Anderson Paiva Gabriel, do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, lembraram que o estado também já enfrentou uma tragédia climática histórica, em 2011, na região serrana, causada por enchentes e deslizamentos, que resultou em centenas de mortes. O desembargador Alexandre recordou que, na época, foram constituídas forças-tarefas para dar conta dos processos judiciais. E que, anos depois, diante da enchente que atingiu o RS, esses mesmos magistrados desejavam ajudar o estado do Sul. “O Poder Judiciário é um só. A gente aprende isso desde quando começa a estudar na faculdade. Mas isso era muito mais uma teoria. Me veio essa frase na cabeça, naquele momento, e pensei que era hora de colocar isso em prática”, ele afirmou.

O desembargador citou também a recente cooperação firmada para que magistrados do Rio de Janeiro pudessem presidir audiências em processos do Rio Grande do Sul. “Isso mostra como a crise nos faz ter criatividade para pensarmos em soluções. E como a cooperação é absolutamente fundamental para isso”, disse ele. “Precisamos mostrar que a cooperação judiciária permite uma nova forma de se pensar e de fazer o processo. Isso exige a construção de uma cultura”, considerou. “O caso do RS tem que ser alvo de estudo porque será o piloto para outros casos de crise”, completou.

Para o juiz Anderson Gabriel, “a cooperação é o mote dos novos tempos”. Ele destacou a frequência com que os desastres ambientais vêm ocorrendo e a necessidade de estar preparado para esse cenário. “Para fazermos frente a isso precisamos superar alguns conceitos processuais arraigados, que talvez tenham sido delineados em outro tempo e que precisam ser aperfeiçoados”, ele afirmou.

Com informações da Assessoria de Comunicação Social do TJRS

Presidente do TRF4, desembargador Fernando Quadros da Silva, falou na abertura do evento
Presidente do TRF4, desembargador Fernando Quadros da Silva, falou na abertura do evento (Foto: Eduardo Nichele/DICOMTJRS)

Desembargadora Shilling Ferraz representou o TRF4 (segunda de esq. p/ dir. da foto)
Desembargadora Shilling Ferraz representou o TRF4 (segunda de esq. p/ dir. da foto) (Foto: Eduardo Nichele/DICOMTJRS)

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